Tempos de Crise
Cabalmente, tudo se situa em momentos agradáveis à espécie humana, que por sua vez parece caminhar para a própria extinção em meio a experiências pouco proveitosas. A corrida maluca da existência atravessa dimensões físicas e espirituais, onde os moldes do presente século se constroem sobre areia movediça — sem parâmetros sólidos para buscar um ideal.
A crise é uma experiência inerente ao ser humano, fruto de seus conflitos ideológicos, e revela sua fragilidade em ser apenas homem — corpo, alma e espírito — uma estrutura que se deteriora em abusos, em percepções não resolvidas.
Os relacionamentos da vida também sofrem esse impacto. Cada interação — amizades, amores, trabalho, convivência — é moldada por comportamentos influenciados por padrões culturais que determinam metas e objetivos. Assim se estruturam os mecanismos do existir e do amadurecer humano.
Os tempos de crise intensificam nossas deficiências diante do presente, tornando-nos incapazes de enxergar propósitos. Cambaleamos entre o “menos pior”, enquanto a excelência parece existir apenas no passado. Os laços se rompem, e nesse desfazimento nasce a crise existencial. Não é apenas o que estamos perdendo — é o fato de estarmos à deriva, presos no vácuo da existência, consumidos por pequenos fragmentos de crise.
A raça humana sofre em seu próprio labirinto. Vivemos buscando propósitos e conquistas, mas sempre dependentes de alguém, embora desejemos viver como se fôssemos autossuficientes.
Os tempos de crise — no amor, nos negócios, na espiritualidade, nos sonhos, nos projetos, nas amizades — revelam o quanto somos efêmeros diante de um universo que, ao contrário de nós, segue firme em seu propósito e destino
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