Feminicidio

Aos poucos, a fragilidade cresce
em níveis de rancor e destruição,
e tudo porque as rosas estão morrendo.
Que sina cruel a da vida:
ver a fortaleza se perder
em mulheres submissas,
enlaçadas por relacionamentos possessivos
que se disfarçam de amor.
Todos os nomes femininos
carregam a efemeridade de mulheres,
mães e filhas
que sucumbiram à violência cotidiana —
vindas de marginais,
de maridos que ferem com palavras e mãos,
de namorados e afins
que confundem posse com afeto.
Vidas que escorrem pelos ralos,
em poças de sangue,
em choros contidos,
em prisões domésticas silenciosas,
em óbitos que poderiam ser evitados.
É uma tristeza sem fim,
e a sensação cruel
de que sempre será assim.
Vidas ceifadas por motivos diversos,
que se repetem todos os dias
na semeadura incessante
de uma violência que parece não ter fim.

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