Ainda Vou Dizer Te Amo ( livro Amor )

Todas as luxúrias dos desejos — os sussurros, os gritos, os gemidos que se confundem com o próprio choro — não configuram o verdadeiro sentido do amor. São apenas lascívias próprias da espécie, instintos que exaurem a essência humana e reduzem encontros a momentos passageiros. E, diante desses fatos, nascem as agruras do ser.

Ainda assim, permanece um sentimento de esperança: o desejo de um dia dizer “eu ainda vou dizer que te amo”. Esse anseio permeia nossas histórias, atravessa abismos que, aos poucos, se convertem em necessidade profunda de aproximação.

Unir dois corações num mesmo propósito exige calma, tempo e acontecimentos que, às vezes, nos aproximam… e outras vezes nos tornam desconhecidos. Existir sem conhecer tua fala, teus trejeitos, a tonicidade da tua voz seria, para mim, um vazio existencial.

Conhecer-te em diferentes atmosferas impulsiona sonhos, projetos e futuros possíveis. E, por isso, reafirmo: ainda vou dizer que te amo. Amar — com toda a loucura desse verbo — é arriscar-se entre o céu e o próprio inferno, se por acaso teu coração não for conquistado.

Ainda vou dizer que te amo, porque esse amor anuncia o propósito da minha própria existência. Toda forma de cumplicidade se definirá no instante em que você permanecer não apenas em meus braços, mas também na minha alma.

Não tenho pressa para que nossos sonhos sejam os mesmos. Quero apenas a chance de existir no mesmo universo que você, ouvir tua voz em todos os tons e mostrar, com minha essência, que nascemos um para o outro.

Ainda vou dizer: te amo.
A.F.

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