PROCURA-SE "Trecho do livro" “O Amor”

Quem nunca esteve perdido? Em alguma circunstância — grande ou pequena — já caminhamos sem direção. É normal. Nem a própria Terra está imóvel; ela também procura o seu eixo.

Procuramos um bom pai, uma mãe que cuide do lar com amor, profissionais íntegros, filhos obedientes, uma família unida, um governo honesto. Procuramos lealdade nos negócios. Em tudo, somos carentes de referências verdadeiras. Caminhamos, quase às cegas, por trilhas variadas, desejando encontrar algo ou alguém que torne nossa existência mais leve, mais acolhedora.

Procuramos de tudo — às vezes em excesso, outras na simplicidade do querer. Procuramos paixões secretas e amores recíprocos, estabilidade financeira, ser vistos ou lembrados. Algumas vezes desejamos o anonimato; outras, o estrelato. Procuramos no silêncio suave da alma e, também, na turbulência de existir.

Procuramos apenas para um dia sermos encontrados. Entre encantos e desencantos, seguimos procurando. Porque, no fim, toda busca é por sentido — sentido da vida, sentido do amor, sentido em nós mesmos.