"Não dês Pérolas aos Porcos" Capítulo do Livro O Amor
Há valores que não podem ser negociados. Há riquezas que não podem ser desperdiçadas. E há pessoas que não foram preparadas para reconhecer aquilo que Deus colocou em você.
A natureza de um ser humano é exposta pelo ambiente em que ele escolhe viver. Cada pessoa carrega uma essência que, aos poucos, é moldada pelos hábitos, escolhas e influências ao seu redor. O meio pode não determinar totalmente quem somos, mas revela com clareza aquilo que alimentamos dentro de nós.
Vivemos diariamente cercados por estímulos — sejam eles espirituais, emocionais ou sociais. Por isso, via de regra, nos tornamos reflexo do ambiente em que permanecemos. Quando alguém está acostumado com a mediocridade, com a mentira e com a superficialidade, é praticamente impossível que reconheça grandeza, verdade e autenticidade.
É exatamente aqui que o ensinamento bíblico se torna tão profundo e atual:
“Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis aos porcos as vossas pérolas.”
(Mateus 7:6)
Pérolas não são comuns. Elas se formam em um processo doloroso dentro de uma ostra — um intruso invade, machuca, fere, e a ostra reage produzindo camadas e mais camadas de proteção. A dor vira joia. A ferida vira valor.
Assim também são algumas pessoas.
Algumas forças que você desenvolveu nasceram em meio a lacunas, rejeições e batalhas internas que ninguém viu. Há valores que só quem viveu cicatrizes espirituais conhece profundamente: caráter, verdade, paz, honestidade, equilíbrio, amor, discernimento. Esses são tesouros, não mercadorias.
E, ainda assim, é comum tentarmos entregar essas pérolas a quem jamais poderá reconhecê-las.
A cegueira do que não tem valor
Quando alguém está habituado a viver na sujeira emocional — entre fofocas, brigas, traições, mentiras e vitimismo — tudo o que vem do alto é desqualificado. É como apresentar uma joia lapidada a alguém que só sabe brincar na lama.
O problema nunca foi a pérola.
O problema está na incapacidade do outro em enxergar valor.
Pessoas emocionalmente imaturas desvalorizam o que não compreendem. Reagindo por medo, por insegurança ou por inveja, rejeitam o que ameaça expor suas próprias sombras. Assim, atacam aquilo que são incapazes de alcançar.
Você já percebeu que quem não tem paz tenta roubar a sua?
Quem não tem propósito tenta confundir o seu?
É disso que a Escritura fala: não desperdice o que é santo onde não há reverência.
Deus é o avaliador
O valor de uma pérola só pode ser reconhecido por um especialista. E, no contexto da alma, apenas um é capaz de identificar aquilo que você carrega: Deus.
Ele é o avaliador.
Ele é o perito.
Ele conhece o processo.
Muitas vezes tentamos ser reconhecidos por pessoas que não têm ferramenta espiritual nem emocional para enxergar quem realmente somos. Quando colocamos nosso valor nas mãos erradas, corremos o risco de sermos tratados como algo comum.
Pérolas não podem ser jogadas ao chão.
Há ambientes que não merecem o seu brilho.
Escolha onde plantar sua essência
Há quem prefira permanecer na sujeira, porque a lama dispensa responsabilidade.
Há quem escolha as trevas, porque a luz revela o que estava escondido.
Mas também há aqueles que decidiram cumprir o propósito divino:
ser luz, ser sal, ser resposta.
O mundo é vasto, mas o destino de cada um é escolhido pela forma como vive. Não somos definidos pelo ambiente, mas pelo que decidimos absorver dele. Deus revela caminhos, mas cabe a nós trilhar.
No fim de tudo, diante da imensidão da existência, duas perguntas ecoam:
Você vive como pérola… ou como porco?
Pérola se desenvolve através da dor, mas permanece valiosa.
Porco se satisfaz na sujeira, mesmo tendo liberdade para sair dela.
A escolha é sempre sua.
Mas o avaliador, sempre, será Deus.
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